sábado, 24 de março de 2012

METÁFORA



      Sempre tenho a impressão de se estar perdendo algum significado importante, cada vez que uma crítica se direciona a negligenciar importância e sentido a alguma palavra. Pensando que ela (qualquer palavra) pode ser inclusa em muitos textos e inadequada para alguns. Sendo que cabe ao leitor, fazer desse arranjo, na sua  íntegra, e às vezes, a singular interpretação e adequação literária.
     Sem querer ser exclusivamente “intersubjetiva”, Freud uma vez disse: “...eu prefiro a metáfora ao conceito, a metáfora amplia e o conceito limita...” Ele foi iluminado nesse pensamento, proporcionando uma continuidade  espaçosa para o psicanalista em sua prática.
     Salve a maravilhosa metáfora dos poetas e dos loucos.
A elasticidade nesse pensamento de Gilberto Gil em sua composição musical:

METÁFORA
(Gilberto Gil – 1982)
Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontível

Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível

Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudo nada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível

Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente METÁFORA.







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