sábado, 31 de março de 2012

ÉTICA E MORAL


 Penso que existe a boa moral e a má moral. A boa moral é a que permite a correspondência de valores internos  de um indivíduo com os dos outros, quando existe  o respeito e a percepção dos valores alheios mesmo sendo eles diferentes dos seus próprios.

A boa moral faz com que você seja voluntariamente sensato em relação as suas atitudes e as dos outros. Quando as minhas atitudes favorecem a mim e aos outros estamos diante de um consenso ou  bom senso, resultando em atitude de boa moral.

A má moral seria o contrário, a pessoa que não leva em consideração os limites alheios, abusa da bondade e muitas vezes da fragilidade do outro para tirar proveito para si , a desonestidade, a calúnia, a crueldade, o indivíduo que não respeita os valores dos outros e quer impor seus próprios.

Enfim, a boa moralidade é fundamentada num equilíbrio entre os seus valores, sejam eles internos ou externos, e os valores alheios.

A boa moralidade, assim como a boa ética proporciona a harmonia entre as pessoas. Como se aprende isso? Sem dúvida VIVENDO E APRENDENDO...E nossos valores se formam desde o nosso nascimento com as relações primárias...

MAS SÃO TOTALMENTE PASSÍVEIS DE MUDANÇAS DURANTE TODA A VIDA...Então, quem julga nossas atitudes?

SEM DUVIDA, NÓS E OS OUTROS.       

  

Sabemos que a moral e a ética são bens adquiridos, aqueles estímulos externos que recebemos na educação com a aprendizagem....Interessante colocar aqui que alguns estímulos nós transformamos e outros mantemos na forma primitiva. Sem dúvida a valoração ética e moral pode ser conflitiva e passar por muitas mudanças durante nosso crescimento...A vivência e as experiências acontecem como um processo de constantes transformações, de princípios e até mesmo de gostos, preferências...”Deleuze” disse uma vez que a mente ou a psiquê humana é um processo dinâmico e transformador porque estamos sendo atingidos a todo o instante por vários e múltiplos estímulos. Mas algumas preferências ou sensações prazerosas ou não, ainda ficam arraigadas e guardadas que também podem ser formadoras do caráter...


A ética profissional como tradução do amor

Por Emerson Barros de Aguiar
Alguém pode não saber ler ou nunca ter ouvido falar de ética, mas só será feliz se for ético. Ética não é uma condição que a gente tem de atender para agradar a empresa ou ao chefe; não é recitar códigos ou doutrinas.
Ética é o que fica da vida que levamos, das coisas que fazemos todo dia, agora; é o saldo que resta em nosso coração das ações que praticamos. Não se pode aprender ética apenas em livros ou em aulas e, menos ainda, em palestras. Ela está lá no Evangelho de Jesus: no Sermão da Montanha e em muitas outras passagens. Mas não é difícil encontrar a ética dentro de nós, saber o melhor caminho a seguir.

A felicidade de comercial não é sustentável. A satisfação dos cartões de crédito, do consumo, dos vícios ou da corrupção. A felicidade que tira dos outros, diminui muito mais de nós mesmos. Isto não é moralismo, não é pieguice, é realidade! "Ignorante" é o nome dado por Sócrates a quem ainda não sabe disso. Todo mundo vai descobrir que o mal não vale a pena, que o egoísmo não constrói nada, só estraga, destrói. De uma maneira ou de outra vai descobrir disso. A boa vontade será a melhor maneira e a decepção, a pior. . .

Não precisamos sofrer tanto para aprender que a vida é muito mais ajudar e compartilhar do que competir, ferir e derrotar. Quem tem o coração cheio de amor, tem ética, naturalmente. Ética é não estar preocupado com a reputação, mas com o caráter. O comportamento espontâneo, generoso e fraterno, é ética.

Quando a ética não é uma escolha, mas um dever imposto pela consciência, isto é ética. Quando estamos empenhados em dar o melhor de nós e não em sermos os primeiros, isto é ética.
Quando nos esforçamos para ter bondade e não para aparentar bondade, isto é ética. Quando o cuidado com os sentimentos dos outros lapida a dureza das palavras, isto é ética.
Quando olhamos para os outros e nos colocamos no lugar deles, quando vemos Deus nos outros, isto é ética.
 Quando perdoamos, deixando espaço livre na nossa memória para paisagens de ternura e humanidade, isto é ética.
Quando descobrimos uma qualidade nova em alguém que não gostamos, isto é ética. Quando identificamos em nós algum defeito e enxergamos como a vida é maravilhosa, isto também é ética.

Quando não nos vingamos de quem nos prejudicou, mesmo tento a oportunidade ideal, isto é ética. Quando olhamos os filhos dos outros como nossos próprios filhos e os empregos dos outros como o nosso "ganha pão", isto é ética. Quando sabemos que o dinheiro, o conforto, a posição ou o status de que desfrutamos são apenas privilégios e não direitos, pois podem nos ser tirados a qualquer momento pelo infortúnio, pelo imponderável ou pela morte: isto é ética!

Quando aquilo em que acreditamos não é expresso como uma declaração de princípios, mas sai da nossa boca como poesia, isto é ética! Quando somente conseguimos conspirar pela felicidade dos outros, isto é ética.

Quando sabemos que o amor pela pedra, pelo inseto, pela planta, pela brisa e por todas as coisas, que a ação em benefício de alguém que nem conhecemos e que a gratidão pela vida são tesouros permanentes, isto é ética.

Quando sentimos que o amor invadiu cada sílaba que pronunciamos, cada lembrança, cada gesto, olhar e tarefa, enfeitando o templo do coração com as flores do bem, isto é felicidade...


O prof. Emerson Barros de Aguiar é Doutor em Filosofia pela Universidad de Zaragoza (Espanha), Escritor e Professor Universitário em João Pessoa (PB)


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