Penso que existe a boa moral e a má moral. A boa moral é a
que permite a correspondência de valores internos de um indivíduo com os dos outros, quando
existe o respeito e a percepção dos
valores alheios mesmo sendo eles diferentes dos seus próprios.
A boa moral faz com que você seja voluntariamente sensato em
relação as suas atitudes e as dos outros. Quando as minhas atitudes favorecem a
mim e aos outros estamos diante de um consenso ou bom senso, resultando em atitude de boa
moral.
A má moral seria o contrário, a pessoa que não leva em
consideração os limites alheios, abusa da bondade e muitas vezes da fragilidade
do outro para tirar proveito para si , a desonestidade, a calúnia, a crueldade,
o indivíduo que não respeita os valores dos outros e quer impor seus próprios.
Enfim, a boa moralidade é fundamentada num equilíbrio entre
os seus valores, sejam eles internos ou externos, e os valores alheios.
A boa moralidade, assim como a boa ética proporciona a
harmonia entre as pessoas. Como se aprende isso? Sem dúvida VIVENDO E
APRENDENDO...E nossos valores se formam desde o nosso nascimento com as
relações primárias...
MAS SÃO TOTALMENTE PASSÍVEIS DE MUDANÇAS DURANTE TODA A
VIDA...Então, quem julga nossas atitudes?
SEM DUVIDA, NÓS E OS OUTROS.
Sabemos que a moral e a ética são
bens adquiridos, aqueles estímulos externos que recebemos na educação com a
aprendizagem....Interessante colocar aqui que alguns estímulos nós
transformamos e outros mantemos na forma primitiva. Sem dúvida a valoração
ética e moral pode ser conflitiva e passar por muitas mudanças durante nosso
crescimento...A vivência e as experiências acontecem como um processo de
constantes transformações, de princípios e até mesmo de gostos, preferências...”Deleuze”
disse uma vez que a mente ou a psiquê humana é um processo dinâmico e transformador
porque estamos sendo atingidos a todo o instante por vários e múltiplos
estímulos. Mas algumas preferências ou sensações prazerosas ou não, ainda ficam
arraigadas e guardadas que também podem ser formadoras do caráter...
A ética
profissional como tradução do amor
Por Emerson
Barros de Aguiar
Alguém pode não saber ler ou nunca ter ouvido falar de ética,
mas só será feliz se for ético. Ética não é uma condição que a gente tem de
atender para agradar a empresa ou ao chefe; não é recitar códigos ou doutrinas.
Ética é o que fica da vida que levamos, das coisas que fazemos
todo dia, agora; é o saldo que resta em nosso coração das ações que praticamos.
Não se pode aprender ética apenas em livros ou em aulas e, menos ainda, em palestras. Ela está
lá no Evangelho de Jesus: no Sermão da Montanha e em muitas outras passagens.
Mas não é difícil encontrar a ética dentro de nós, saber o melhor caminho a
seguir.
A felicidade de comercial não é sustentável. A satisfação dos
cartões de crédito, do consumo, dos vícios ou da corrupção. A felicidade que
tira dos outros, diminui muito mais de nós mesmos. Isto não é moralismo, não é
pieguice, é realidade! "Ignorante" é o nome dado por Sócrates a quem
ainda não sabe disso. Todo mundo vai descobrir que o mal não vale a pena, que o
egoísmo não constrói nada, só estraga, destrói. De uma maneira ou de outra vai
descobrir disso. A boa vontade será a melhor maneira e a decepção, a pior. . .
Não precisamos sofrer tanto para aprender que a vida é muito
mais ajudar e compartilhar do que competir, ferir e derrotar. Quem tem o
coração cheio de amor, tem ética, naturalmente. Ética é não estar preocupado
com a reputação, mas com o caráter. O comportamento espontâneo, generoso e
fraterno, é ética.
Quando a ética não é uma escolha, mas um dever imposto pela
consciência, isto é ética. Quando estamos empenhados em dar o melhor de nós e
não em sermos os primeiros, isto é ética.
Quando nos esforçamos para ter bondade e não para aparentar bondade, isto é ética. Quando o cuidado com os sentimentos dos outros lapida a dureza das palavras, isto é ética.
Quando nos esforçamos para ter bondade e não para aparentar bondade, isto é ética. Quando o cuidado com os sentimentos dos outros lapida a dureza das palavras, isto é ética.
Quando olhamos para os outros e nos colocamos no lugar deles,
quando vemos Deus nos outros, isto é ética.
Quando perdoamos, deixando espaço
livre na nossa memória para paisagens de ternura e humanidade, isto é ética.
Quando descobrimos uma qualidade nova em alguém que não
gostamos, isto é ética. Quando identificamos em nós algum defeito e enxergamos
como a vida é maravilhosa, isto também é ética.
Quando não nos vingamos de quem nos prejudicou, mesmo tento a
oportunidade ideal, isto é ética. Quando olhamos os filhos dos outros como
nossos próprios filhos e os empregos dos outros como o nosso "ganha
pão", isto é ética. Quando sabemos que o dinheiro, o conforto, a posição ou
o status de que desfrutamos são apenas privilégios e não direitos, pois podem
nos ser tirados a qualquer momento pelo infortúnio, pelo imponderável ou pela
morte: isto é ética!
Quando aquilo em que acreditamos não é expresso como uma
declaração de princípios, mas sai da nossa boca como poesia, isto é ética!
Quando somente conseguimos conspirar pela felicidade dos outros, isto é ética.
Quando sabemos que o amor pela pedra, pelo inseto, pela planta,
pela brisa e por todas as coisas, que a ação em benefício de alguém que nem
conhecemos e que a gratidão pela vida são tesouros permanentes, isto é ética.
Quando sentimos
que o amor invadiu cada sílaba que pronunciamos, cada lembrança, cada gesto,
olhar e tarefa, enfeitando o templo do coração com as flores do bem, isto é
felicidade...
O prof. Emerson Barros de Aguiar é Doutor em
Filosofia pela Universidad de Zaragoza (Espanha), Escritor e Professor
Universitário em João
Pessoa (PB)
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