quarta-feira, 11 de abril de 2012

SUPERAÇÃO





Ninguém pode voltar e criar um novo início, mas todo mundo pode começar hoje e criar um novo final
(Chico Xavier)


AS GOTAS
As gotas de chuva lá fora batem no
telhado
Eu escuto
As gotas de lágrimas na minha face
rolam
Eu enxugo
As gotas da tinta que caíram estão
secas no papel
Eu vejo
As gotas de sangue derramado doridas
do passado
Eu limpo
As gotas de orvalho nas folhas
verdes da minha esperança
Eu toco
As gotas perfumadas que escorrem de
seu cabelo
Eu desejo
As gotas que brotam de nossa pele
transpiram em êxtase
Eu deliro
As gotas que caem em nossos
corpos...bênçãos divinas
Eu agradeço..

                                  Lualfavênus





domingo, 8 de abril de 2012

SONHO DE OPHIUCUS

ORQUÍDEA LILÁS                                                

Orquídea lilás
Em sua cor o amor trás
Em Seu aroma a felicidade leva
Nas gotas da relva
Dos beijos de Eva.
Em sua essência
És pureza
Rara beleza
Em mistura
És transcendência
Transluscência...
Lualfavênus


SONHEI que eu tinha morrido e renasci num planeta diferente, os humanos não tinham aparelho digestivo apenas um tubo interno revestido de carne da cor neon; as orelhas eram compridas e pontudas. Seus corpos eram equilibrados, não havia nenhuma deformidade. Perfeitos, tinham no peito um coração que pulsava bombeando a água pura límpida, cristalina que percorria todo o corpo na forma de vasos .
As fêmeas eram menores que os machos,  e lindas, suas vaginas em forma de orquídeas exalavam aromas de flores diversas e singulares/exóticos/afrodisíacos, sem pêlos, de vários tamanhos mas, nunca exageradamente grandes ou muito pequenas.
Os machos tinham pênis retos de vários tamanhos e diâmetros que na cópula soltavam jatos de líquido verde transparente, seiva pura.
 Havia muitas árvores, cachoeiras, pedras coloridas e brilhantes. Pássaros, peixes, borboletas, insetos coloridos, nenhum animal carnívoro ou peçonhento, exceto as mágicas e poderosas serpentes coloridas e espertas.
O  ar era perfumado. Animais e humanos se alimentavam apenas das luzes astrais  e das águas que vertiam das rochas. As estrelas coloridas estavam muito próximas e cintilantes e nas noites  reluziam, refletindo no solo. Os mares eram calmos, transparente, verdes, anis, azuis com ondas prateadas.  Os rios eram profundos de águas frescas  que vertiam de cachoeiras em forma de cascatas espumantes e alvas.
Os casais se encontravam e copulavam quando seus genitais se encaixavam justamente. E se afastavam se as dimensões fossem incompatíveis. Não havia traição, ciúmes, maus sentimentos;  havia  “só love, love, Love”....e alegria....A vida era uma eterna brincadeira....

O amor era livre. Humanos e animais se acariciavam, se tocavam, mas só transavam aqueles casais que conseguiam encaixar "justamente" seus órgãos sexuais; a libido só despertava quando o macho gostava do aroma da flor que também era compatível com o tamanho de seu pênis.
O  amor era incondicional entre todos mas, o amor apaixonado só acontecia quando os corpos e genitais compatíveis se encontravam.  As relações eram monogâmicas com entrosamento entre casais que se o harmonizavam nas interações corporais quando os sinais sensoriais estavam em sintonia e se iluminavam.
O amor livre era compartilhado entre todos.
Os beijos tinham sabores de frutas. As frutas das árvores só serviam para a perpetuação do ciclo natural..."semente, arbusto, flor e fruto"....ciclo eterno....

Mas, um detalhe, não havia lixo, artifícios, objetos cortantes e perfuradores,  mau cheiro, detritos, putrefação, morte e...pasmem!!!....não havia "cus".
Então acordei pensando-” e os tarados por sexo anal, (cus), estariam muito tristes, sem as sujeiras e detritos num lugar como aquele.
Eu gostaria de renascer lá.
Quem sabe esse sonho venha a se realizar um dia....rsssss.


 Filha de Ophiucus


No sonho 
a alma viaja 
sentindo
 tão intensamente, 
que dele 
não quer despertar....

Lualfavênus


quinta-feira, 5 de abril de 2012

MISTIFICAÇÃO



DERROCADA DE TANATOS

Nestas explosões infernais
Onde o ódio se condensa
Em ondas da destruição.
TANATOS se manifesta
Em muitas almas
Frustradas, doídas,
Espalhando toda a desgraça
Da triste fragilidade humana.
Mas...
É verdade!!
A luz da vida,
Do amor, da esperança
Jamais vai morrer
Não é utopia não,
Nem ilusão.
A vida é uma onda
Em movimento contínuo.
Tudo em constante transformação.
Existe a semente do amor
Em cada alma-coração.
Nada termina, nada pára.
Tudo segue...


Lualfavênus




As carências e frustrações humanas são extremas e não há outra maneira de preenchê-las senão criando mitos, idolatrando seres ilusórios para proteção, organização e até mesmo salvação e alívio de culpas. Deuses poderosos que quando evocados permitem a sobrevivência e permanência aqui neste planeta que devido a tanta amargura e imperfeições humanas, está sofrendo em seu ciclo caoticamente transformador.

O caos é sentido em cada lágrima e desespero do indivíduo que com ódio e dor; na sua impotência, ataca violentamente os que se projetam em hierarquias superiores. “Em terra de cego quem tem um olho é caolho”, mas a idealização faz com que o caolho seja consagrado como um rei.

Precisamos desenvolver nossas faculdades e virtudes internas para experimentar o acesso e transitar livremente sobre esse chão terreno. É preciso desfocar em falsos deuses, ídolos, líderes e fortalecer nossa individualidade e singularidade senão quisermos ser esmagados pela massa de monstros poderosos que criamos e podem nos matar.

Quando o filho se decepciona com o pai está diante de um grande desafio; o reconhecimento de sua real e verdadeira potência de vida, libertando-se de suas projeções fantásticas e compreendendo melhor a vida interagindo com mais habilidade com os habitantes deste planeta.

Cada alma tem a sua trajetória e sua própria história, nesta singular condição está toda a sua glória e soberba. A mistificação e idolatrias coletivas são reflexos de inferioridades e frustrações de uma parte de indivíduos que superestimam ou subestimam suas próprias existências e capacidades....

                       Certa vez um rei infeliz e generoso queria abandonar o trono porque não suportava mais coordenar o movimento heliocêntrico cósmico, estava cansado mas, não deixava o seu castelo porque não havia ninguém para substituí-lo e ele agonizava somente com a idéia de causar a desordem se os planetas parassem de orbitar o sol e o mundo se acabaria, inclusive ele morreria..





Entendendo a “Mistificação


“...Enquanto Jung não tardou em usar o termo, foi só em 1937 que Freud pode dizer:


"O conteúdo do inconsciente, na verdade, é, seja lá como for, uma propriedade universal, coletiva, da humanidade."


Por esse termo, Jung entende aquele nível psíquico onde se registra a experiência acumulada da espécie, ao longo de sua história. Ele nos diz:


"Ao lado desses conteúdos inconscientes pessoais, há outros conteúdos que não provém das aquisições pessoais, mas da possibilidade hereditária do funcionamento psíquico em geral, ou seja, da estrutura cerebral herdada. São as conexões mitológicas, os motivos e imagens que podem nascer de novo, a qualquer tempo e lugar, sem tradição ou migração históricas. Denomino esses conteúdos de inconsciente coletivo."


"... naturalmente não se trata de idéias hereditárias, e sim de uma predisposição inata para a criação de fantasias paralelas, de estruturas idênticas, universais, da psique, que mais tarde chamei de inconsciente coletivo. Dei a essas estruturas o nome de arquétipos. Elas correspondem ao conceito biológico do 'pattern of behavior'"

"... o inconsciente consiste, entre outros, dos 'resíduos' da psique arcaica indiferenciada, inclusive dos estágios prévios da animalidade."

"O inconsciente coletivo compreende toda a vida psíquica dos antepassados desde seus primórdios. É o pressuposto e a matriz de todos os fatos psíquicos e por isso exerce também uma influência que compromete altamente a liberdade da consciência, visto que tende constantemente a recolocar todos os processos conscientes em seus antigos trilhos."



Podemos reduzir o "id imaginário", aquilo que em Jung se refere ao mundo dos arquétipos, o inconsciente coletivo, e etc, à imagem do pai primevo e aquilo que a ela se refere? É isso o que o faz Freud e Lacan. Sem dúvida não estamos querendo aqui responder a tal pergunta. Queremos apenas frisar que há uma oposição fundamental em "Freud e Jung", e que é bem frisada pelas palavras de ambos:


Freud-


"Por que, meu Deus, me permito segui-lo nesse campo? O senhor deve dar-me algumas sugestões. Mas, provavelmente, os meus túneis serão muito mais subterrâneos do que suas escavações, e não tomaremos conhecimento um do outro, mas cada vez que eu subir à superfície poderei saudá-lo."


Ao que Jung responde, dois dias depois-

"Nossas diferenças pessoais tornarão o nosso trabalho diferente. O senhor extrai as pedras preciosas, mas eu possuo o 'degree of extension' [grau de extensão]. Como o senhor sabe, o meu procedimento é sempre do exterior para o interior e da totalidade para a parte. Consideraria por demais desconcertante deixar grandes áreas do conhecimento humano permanecerem negligenciadas. E por causa da diferença de nossos métodos de trabalho devemos, sem dúvida, encontrarmo-nos de vez em quando, em lugares inesperados.".

(Fonte:O ID E O INCONSCIENTE COLETIVO Questões a Freud, Jung e Lacan-Rodrigo Zanatta)


Então, diante dessas geniais idéias sobre o entendimento da psique humana, há duas direções de focos durante a trajetória e exploração para o alcance de algumas verdade.s sobre as almas; a visão de Freud, análise profunda de dentro(pessoal) para fora(coletivo) e a de Jung, manifestações da arte, inversamente de fora(coletivo) para dentro(pessoal).
Em ambas as direções encontramos dinâmicas de “mitificação” conhecimento significativo de relevante conteúdo que nos abençoa com um possível reconhecimento do “eu” e do “nós”em suas relações fantásticas, reais e/ou imaginárias.