QUE SENTIMENTO É ESSE, O AMOR?
Sim, amamos amar...
Sem saber, que amor é esse
Que sentimento é esse, o AMOR?
Sente com a visão
Com a boca
Com o tato
Com a audição
Atração, Paixão...
Ah! esse amor!
Que sentimento é esse
Que em vão
Acelera o coração
Chora de saudade
Sente falta
Adoece
Quando o sol arrefece...
E a noite chega numa triste solidão
Fria, nua, silenciosa
Ociosa...
Que sentimento é esse, o AMOR?
Que deixa o cheiro do outro
No corpo da gente
Que escorre na face inundando
Molhando a vida da gente?
Inocente, triste, quente...
Que sentimento é esse, o AMOR?
Esse calor
Que mata a gente!!!
Lualfavênus
“A
distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama
o grande.”
Roger Bussy-Rabutin
“...E esse
amor platônico=amor de almas,
faz com
que a carne se desmanche,. Uma sensação de morte toma conta de nossa vida,
estamos presos pela alma mas a carne sofre com a separação ou distância.
Queremos e desejamos a completude, nos misturar, nos fundir totalmente com o
ser amado, adorado, mas algo impede a união dos corpos e então entramos em um processo de catarse=
morte.
Enquanto o
mesmo objeto de adoração torna-se odiado
pois ele passa a dominar a mente e com a sensação de estar querendo roubar a
sua alma, aí o paradoxo “amor e ódio”.
Muitas
vezes esse fenômeno acontece porque o ser amado já é parte de nossa
psiquê despertando em nosso mundo interno mais remoto(dinâmica do núcleo
infantil) e obscuro(arquetípico) e como não conseguimos vivenciar o contato
direto com esse "objeto do
desejo", ele transforma-se numa fantasia, numa ilusão e sofremos muito até
que nossa psiquê encontre meios de aos poucos, desapegar dessa criação
fantástica podendo levar muito tempo indeterminado nesse sofrimento. Algumas
paixões podem levar uma vida. Vale desmitificar essa união para que se viva a
real.
Amores
platônicos são muito comuns em relacionamentos de internet, pois os corpos
estão separados por uma tela de vídeo deixando aquela sensação de falta e vazio
na alma.”
Amor e desejo
Platão apresenta o amor
em quatro maneiras: em primeiro lugar, como uma carência, insuficiência,
necessidade e ao mesmo tempo um desejo de conquistar e de conservar o que não
possui; em segundo lugar, o amor se volta para a beleza, que outra coisa não é senão
o anúncio e a aparência do bem, portanto neste caso o desejo do bem; em
terceiro lugar, como desejo de vencer a morte e é portanto neste caso, a via
pela qual o ser mortal procura salvar-se da mortalidade, não permanecendo
sempre o mesmo, como o ser divino, mas deixando após si, em troca do que
envelhece e morre, algo novo que se lhe assemelha; em quarto lugar, Platão
diferencia tantas formas do amor quantas são as formas do belo, desde a beleza
sensível até a beleza da sabedoria, que é a mais elevada de todas, sendo a sua
forma de amor a filosofia.
A linguagem popular
vulgarizou a idéia de que o amor platônico é a busca da metade de si. No
Banquete essa idéia surge no discurso de Aristófanes, que afirma que cada ser é
resultado de duas metades e que o amor tem a tendência de reencontrar a sua
antiga natureza una. Essa versão do amor platônico influenciou diretamente os
mitos do amor que giram em torno do uno, assim como escreve Ferreira: “O amor é
a procura do todo e amar é sinônimo de se unir e de se confundir com o
amado". Esta idealização do objeto de amor como alma gêmea coloca o
sujeito frente a uma demanda que é impossível de ser realizada. Isso pelo fato
de que não existe um único objeto que encarne a realização do desejo. Dizer que
não existe objeto do desejo não significa que não existam muitos outros objetos
que causam desejo, mas é o conhecimento de que ele não existe que permite ao
homem aceitar o seu destino, que é desejar e amar dentro de uma lógica do
não-todo, como nos mostra Sócrates no Banquete.
.
Do amor, sabemos à
luz da psicanálise, que ele possui dois lugares: por um lado, o sujeito do
desejo e da falta, que é o amante, érastés, e do outro, o objeto de desejo, que
é o amado, érôménos. O amante é aquele sobre o qual existe a experiência de que
alguma coisa falta, mesmo que não saiba o que seja. Em contrapartida, o amado é
aquele que sabe que possui algo que o torna especial, pois alguém o deseja.
Esta é ambigüidade do amor, em que o que falta ao amante é exatamente o que o
amado também não tem.
De fato, não é
possível falar de amor sem se referir à questão do desejo, pois a noção de
interesse e de querer é em grande parte construída sobre a noção do desejo,
como é dito no Banquete. Quando ocorre ao ser humano desejar algo com muita
intensidade, é natural que exista também interesse em evitar o desconforto a
que se é submetido caso o desejo seja frustrado. Isso é o que nos mostra
claramente Alcibíades. Talvez seja possível evitar a frustração pelo viés da
abdicação do desejo, mas tal fato não exclui a possibilidade de que a força
desejante persista em permanecer impondo um determinado custo ao homem. Assim,
a decisão de renunciar o desejo gera um desapontamento ou impõe um determinado
custo. Este desejo pode ser mantido vivo por sua própria intensidade e não
porque a pessoa deseja particularmente que ele persista. É algo da ordem de uma
vontade própria, é uma força involuntária que atrai àquele que quer para algo
ou alguma coisa. Esta força, como vimos, é a pulsão.
O corpo precisa de algo externo a ele para continuar vivo, é
impelido a agir para obter o objeto que satisfaz a falta que sente. O problema
é que no regime pulsional não há como preencher as faltas de maneira
satisfatória. Deste modo inicia-se um circuito pulsional, pois sem o encontro
satisfatório com o objeto ideal, existe a remanescência de uma carga tensional
que retorna a um estado primário a espera de uma nova investida, de uma nova
tentativa em busca do objeto. Este ciclo pulsional está inserido no domínio de
Eros, já que a busca que desencadeia o circuito é por algo que sugere ao
desejo, ao amor, por ser justamente este algo o que ffalta. Freud escreve que
os estímulos pulsionais:
"... impõe ao sistema
nervoso exigências muito mais elevadas. Incitam-no a assumir atividades
complexas e articuladas umas com as outras, as quais visam obter do mundo
externo os elementos para a saciação das fontes internas de estímulos, e para
tal, interferem no mundo externo e o alteram.(Freud)"
Juntamente com o desejo está o conceito de libido, que na teoria
freudiana, foi sendo amadurecido paralelamente aos avanços que seus estudos
adquiriam. De início, em 1884, era apenas o resultado do processo de elaboração
da excitação orgânica em excitação psíquica, ou o afeto sexual. Para resumir
este princípio, seria a oposição entre o orgânico e o psíquico acompanhada pela
oposição entre o inconsciente e consciente. Posteriormente é extraído da teoria
das emoções em que Freud explica como uma energia da pulsão sexual intimamente
conectada á pulsão de vida, que tem a ver com tudo o que pode ser contido sob a
palavra amor. É a parte energética da pulsão.(Fonte: Uma Analogia do Amor Platônico
– Vanessa Vanhazebrouck)
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