quinta-feira, 5 de abril de 2012

MISTIFICAÇÃO



DERROCADA DE TANATOS

Nestas explosões infernais
Onde o ódio se condensa
Em ondas da destruição.
TANATOS se manifesta
Em muitas almas
Frustradas, doídas,
Espalhando toda a desgraça
Da triste fragilidade humana.
Mas...
É verdade!!
A luz da vida,
Do amor, da esperança
Jamais vai morrer
Não é utopia não,
Nem ilusão.
A vida é uma onda
Em movimento contínuo.
Tudo em constante transformação.
Existe a semente do amor
Em cada alma-coração.
Nada termina, nada pára.
Tudo segue...


Lualfavênus




As carências e frustrações humanas são extremas e não há outra maneira de preenchê-las senão criando mitos, idolatrando seres ilusórios para proteção, organização e até mesmo salvação e alívio de culpas. Deuses poderosos que quando evocados permitem a sobrevivência e permanência aqui neste planeta que devido a tanta amargura e imperfeições humanas, está sofrendo em seu ciclo caoticamente transformador.

O caos é sentido em cada lágrima e desespero do indivíduo que com ódio e dor; na sua impotência, ataca violentamente os que se projetam em hierarquias superiores. “Em terra de cego quem tem um olho é caolho”, mas a idealização faz com que o caolho seja consagrado como um rei.

Precisamos desenvolver nossas faculdades e virtudes internas para experimentar o acesso e transitar livremente sobre esse chão terreno. É preciso desfocar em falsos deuses, ídolos, líderes e fortalecer nossa individualidade e singularidade senão quisermos ser esmagados pela massa de monstros poderosos que criamos e podem nos matar.

Quando o filho se decepciona com o pai está diante de um grande desafio; o reconhecimento de sua real e verdadeira potência de vida, libertando-se de suas projeções fantásticas e compreendendo melhor a vida interagindo com mais habilidade com os habitantes deste planeta.

Cada alma tem a sua trajetória e sua própria história, nesta singular condição está toda a sua glória e soberba. A mistificação e idolatrias coletivas são reflexos de inferioridades e frustrações de uma parte de indivíduos que superestimam ou subestimam suas próprias existências e capacidades....

                       Certa vez um rei infeliz e generoso queria abandonar o trono porque não suportava mais coordenar o movimento heliocêntrico cósmico, estava cansado mas, não deixava o seu castelo porque não havia ninguém para substituí-lo e ele agonizava somente com a idéia de causar a desordem se os planetas parassem de orbitar o sol e o mundo se acabaria, inclusive ele morreria..





Entendendo a “Mistificação


“...Enquanto Jung não tardou em usar o termo, foi só em 1937 que Freud pode dizer:


"O conteúdo do inconsciente, na verdade, é, seja lá como for, uma propriedade universal, coletiva, da humanidade."


Por esse termo, Jung entende aquele nível psíquico onde se registra a experiência acumulada da espécie, ao longo de sua história. Ele nos diz:


"Ao lado desses conteúdos inconscientes pessoais, há outros conteúdos que não provém das aquisições pessoais, mas da possibilidade hereditária do funcionamento psíquico em geral, ou seja, da estrutura cerebral herdada. São as conexões mitológicas, os motivos e imagens que podem nascer de novo, a qualquer tempo e lugar, sem tradição ou migração históricas. Denomino esses conteúdos de inconsciente coletivo."


"... naturalmente não se trata de idéias hereditárias, e sim de uma predisposição inata para a criação de fantasias paralelas, de estruturas idênticas, universais, da psique, que mais tarde chamei de inconsciente coletivo. Dei a essas estruturas o nome de arquétipos. Elas correspondem ao conceito biológico do 'pattern of behavior'"

"... o inconsciente consiste, entre outros, dos 'resíduos' da psique arcaica indiferenciada, inclusive dos estágios prévios da animalidade."

"O inconsciente coletivo compreende toda a vida psíquica dos antepassados desde seus primórdios. É o pressuposto e a matriz de todos os fatos psíquicos e por isso exerce também uma influência que compromete altamente a liberdade da consciência, visto que tende constantemente a recolocar todos os processos conscientes em seus antigos trilhos."



Podemos reduzir o "id imaginário", aquilo que em Jung se refere ao mundo dos arquétipos, o inconsciente coletivo, e etc, à imagem do pai primevo e aquilo que a ela se refere? É isso o que o faz Freud e Lacan. Sem dúvida não estamos querendo aqui responder a tal pergunta. Queremos apenas frisar que há uma oposição fundamental em "Freud e Jung", e que é bem frisada pelas palavras de ambos:


Freud-


"Por que, meu Deus, me permito segui-lo nesse campo? O senhor deve dar-me algumas sugestões. Mas, provavelmente, os meus túneis serão muito mais subterrâneos do que suas escavações, e não tomaremos conhecimento um do outro, mas cada vez que eu subir à superfície poderei saudá-lo."


Ao que Jung responde, dois dias depois-

"Nossas diferenças pessoais tornarão o nosso trabalho diferente. O senhor extrai as pedras preciosas, mas eu possuo o 'degree of extension' [grau de extensão]. Como o senhor sabe, o meu procedimento é sempre do exterior para o interior e da totalidade para a parte. Consideraria por demais desconcertante deixar grandes áreas do conhecimento humano permanecerem negligenciadas. E por causa da diferença de nossos métodos de trabalho devemos, sem dúvida, encontrarmo-nos de vez em quando, em lugares inesperados.".

(Fonte:O ID E O INCONSCIENTE COLETIVO Questões a Freud, Jung e Lacan-Rodrigo Zanatta)


Então, diante dessas geniais idéias sobre o entendimento da psique humana, há duas direções de focos durante a trajetória e exploração para o alcance de algumas verdade.s sobre as almas; a visão de Freud, análise profunda de dentro(pessoal) para fora(coletivo) e a de Jung, manifestações da arte, inversamente de fora(coletivo) para dentro(pessoal).
Em ambas as direções encontramos dinâmicas de “mitificação” conhecimento significativo de relevante conteúdo que nos abençoa com um possível reconhecimento do “eu” e do “nós”em suas relações fantásticas, reais e/ou imaginárias.









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