DERROCADA
DE TANATOS
Nestas
explosões infernais
Onde
o ódio se condensa
Em
ondas da destruição.
TANATOS
se manifesta
Em
muitas almas
Frustradas,
doídas,
Espalhando
toda a desgraça
Da
triste fragilidade humana.
Mas...
É
verdade!!
A
luz da vida,
Do
amor, da esperança
Jamais
vai morrer
Não
é utopia não,
Nem
ilusão.
A
vida é uma onda
Em
movimento contínuo.
Tudo
em constante transformação.
Existe
a semente do amor
Em
cada alma-coração.
Nada
termina, nada pára.
Tudo
segue...
Lualfavênus
As carências e
frustrações humanas são extremas e não há outra maneira de preenchê-las senão
criando mitos, idolatrando seres ilusórios para proteção, organização e até
mesmo salvação e alívio de culpas. Deuses poderosos que quando evocados
permitem a sobrevivência e permanência aqui neste planeta que devido a tanta
amargura e imperfeições humanas, está sofrendo em seu ciclo caoticamente
transformador.
O caos é sentido
em cada lágrima e desespero do indivíduo que com ódio e dor; na sua impotência, ataca violentamente os que se projetam em hierarquias superiores.
“Em terra de cego quem tem um olho é caolho”, mas a idealização faz com que o
caolho seja consagrado como um rei.
Precisamos
desenvolver nossas faculdades e virtudes internas para experimentar o acesso e
transitar livremente sobre esse chão terreno. É preciso desfocar em falsos
deuses, ídolos, líderes e fortalecer nossa individualidade e singularidade
senão quisermos ser esmagados pela massa de monstros poderosos que criamos e
podem nos matar.
Quando o filho se
decepciona com o pai está diante de um grande desafio; o reconhecimento de sua
real e verdadeira potência de vida, libertando-se de suas projeções fantásticas
e compreendendo melhor a vida interagindo com mais habilidade com os habitantes
deste planeta.
Cada alma tem a
sua trajetória e sua própria história, nesta singular condição está toda a sua
glória e soberba. A mistificação e idolatrias coletivas são reflexos de
inferioridades e frustrações de uma parte de indivíduos que superestimam ou
subestimam suas próprias existências e capacidades....
Certa vez um rei
infeliz e generoso queria abandonar o trono porque não suportava mais coordenar
o movimento heliocêntrico cósmico, estava cansado mas, não deixava o seu castelo
porque não havia ninguém para substituí-lo e ele agonizava somente com a idéia
de causar a desordem se os planetas parassem de orbitar o sol e o mundo se
acabaria, inclusive ele morreria..
Entendendo a “Mistificação
“...Enquanto Jung não tardou em usar o termo, foi só em 1937 que Freud pode dizer:
"O conteúdo do inconsciente, na verdade, é, seja lá como for, uma propriedade universal, coletiva, da humanidade."
Por esse termo, Jung entende aquele nível psíquico onde se registra a experiência acumulada da espécie, ao longo de sua história. Ele nos diz:
"Ao lado desses conteúdos inconscientes pessoais, há outros conteúdos que não provém das aquisições pessoais, mas da possibilidade hereditária do funcionamento psíquico em geral, ou seja, da estrutura cerebral herdada. São as conexões mitológicas, os motivos e imagens que podem nascer de novo, a qualquer tempo e lugar, sem tradição ou migração históricas. Denomino esses conteúdos de inconsciente coletivo."
"...
naturalmente não se trata de idéias hereditárias, e sim de uma predisposição
inata para a criação de fantasias paralelas, de estruturas idênticas,
universais, da psique, que mais tarde chamei de inconsciente coletivo. Dei a
essas estruturas o nome de arquétipos. Elas correspondem ao conceito biológico
do 'pattern of behavior'"
"... o
inconsciente consiste, entre outros, dos 'resíduos' da psique arcaica
indiferenciada, inclusive dos estágios prévios da animalidade."
"O
inconsciente coletivo compreende toda a vida psíquica dos antepassados desde
seus primórdios. É o pressuposto e a matriz de todos os fatos psíquicos e por
isso exerce também uma influência que compromete altamente a liberdade da
consciência, visto que tende constantemente a recolocar todos os processos
conscientes em seus antigos trilhos."
Podemos reduzir o "id imaginário", aquilo que em Jung se refere ao mundo dos arquétipos, o inconsciente coletivo, e etc, à imagem do pai primevo e aquilo que a ela se refere? É isso o que o faz Freud e Lacan. Sem dúvida não estamos querendo aqui responder a tal pergunta. Queremos apenas frisar que há uma oposição fundamental em "Freud e Jung", e que é bem frisada pelas palavras de ambos:
Freud-
"Por que, meu Deus, me permito segui-lo nesse campo? O senhor deve dar-me algumas sugestões. Mas, provavelmente, os meus túneis serão muito mais subterrâneos do que suas escavações, e não tomaremos conhecimento um do outro, mas cada vez que eu subir à superfície poderei saudá-lo."
Ao que Jung responde, dois dias depois-
"Nossas diferenças pessoais tornarão o nosso
trabalho diferente. O senhor extrai as pedras preciosas, mas eu possuo o
'degree of extension' [grau
de extensão]. Como o senhor sabe, o meu procedimento é sempre do exterior
para o interior e da totalidade para a parte. Consideraria por demais
desconcertante deixar grandes áreas do conhecimento humano permanecerem
negligenciadas. E por causa da diferença de nossos métodos de trabalho devemos,
sem dúvida, encontrarmo-nos de vez em quando, em lugares inesperados.".
(Fonte:O ID E O INCONSCIENTE COLETIVO Questões a
Freud, Jung e Lacan-Rodrigo
Zanatta)
Então, diante dessas geniais idéias sobre o entendimento da psique humana, há duas direções de focos durante a trajetória e exploração para o alcance de algumas verdade.s sobre as almas; a visão de Freud, análise profunda de dentro(pessoal) para fora(coletivo) e a de Jung, manifestações da arte, inversamente de fora(coletivo) para dentro(pessoal).
Em ambas as direções encontramos dinâmicas de “mitificação” conhecimento significativo de relevante conteúdo que nos abençoa com um possível reconhecimento do “eu” e do “nós”em suas relações fantásticas, reais e/ou imaginárias.
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